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S01E29 - O Majestoso Castelo Ponta Celeste (Skyreach)


Palavras me faltam para descrever a grandiosidade e beleza do Castelo Ponta Celeste. Imaginem grandes torres de um gelo tão espesso que chega a ser opaco, um lugar branco, esculpido graças a uma magia poderosa de outrora. Uma magia conjurada por poderosos gigantes das nuvens durante o tempo das grandes guerras, onde dragões e gigantes de digladiaram por centenas de anos competindo pelo domínio de toda grande Faerun.

A ponte levadiça da fortaleza atravessa um fosso cheio de névoa. Onde além dele há um portão aberto, e além do portão uma porta de entrada coberta que leva até um enorme pátio. Sobre esse pátio encerrado por paredes de gelo sólido, grandes figuras pairam por entre as nuvens.


O gelo do Castelo é tão forte e impenetrável como o granito. Suas torres e muralhas rodeiam um núcleo de gelo escavado para servir como o covil de um poderoso dragão branco aliado ao culto, Glazhael, o Caçador das Nuvens.


Dimble maravilhado olhava pela pequena janela esculpida no gelo enquanto aguardava o retorno de Salazar, lá de cima, ele via a floresta de pinheiros verde cobrindo as montanhas cinzentas, um ou outro pontinho incandescente (provavelmente uma vila), lagos e rios que dessa altura não passavam de pequenos riscos.  Sempre gostara de lugares altos, eles lhe lembravam os picos das nuvens onde treinara quando garoto. Seus dedos dormentes buscavam formas de se proteger do frio. Ele sabia que o reencontro com Rezmir era inevitável e provavelmente o próximo passo.

Atravessando o pátio varrido pelo vento, o grupo seguiu para o núcleo de gelo, onde se deparou com o magnifico tesouro transportado. Centenas de gemas preciosas que mergulhavam em meio a moedas das mais variadas cores e formas, tudo isso a baixo de uma camada fina de gelo azulado, e curiosamente desprotegido. Ou pelo menos era o que Soveliss acreditara.



[Manual dos Monstros]: DRAGÃO BRANCO
Os menores, menos inteligentes e mais animalescos dos dragões cromáticos, os dragões brancos habitam em climas gelados, preferindo áreas árticas ou montanhas congeladas. Eles são repteis perversos e cruéis, guiados pelo apetite e ganância. Um dragão branco tem olhos ferinos, um focinho afilado e uma papada espinhosa. As escamas de um dragão branco filhote reluzem puro branco. À medida que o dragão envelhece, esse brilho desaparece e algumas escamas começam a escurecer, então, em idades mais avançadas, ele torna-se mosqueado com tons de azul claro e cinza claro. Esse padrão ajuda o dragão a se mesclar nos reinos de gelo e rochas quando ele caça, e para sumir da vista quando ele plana através do céu coberto de nuvens.

O rosnado gutural de Glazhael fez o Tiefling estremecer por completo. O dragão até então imóvel  acionou os músculos torneados e fez grandes pedaços de gelo voar pelos ares. Todo o complexo de cavernas estremeceu violentamente, e Soveliss, sobre o piso escorregadio, foi atirado de costas ao chão. Ele rolou para o lado no último segundo e esquivou-se da ponta lanceolada de um sincelo desalojado pelo tremor.


O bardo rapidamente colocou-se de pé, mas, ao se voltar, encontrouse frente a frente com uma cabeça branca e ornada de chifres bem à altura de seus olhos. As grandes asas do dragão se desdobraram, livrando-se dos últimos restos de sua manta branca, e os olhos azuis cravaram-se em Soveliss.

Soveliss olhou desesperadamente ao redor, à procura de uma rota de fuga, mas não existia nenhuma. Enquanto o dragão claramente brincava com ele, sua esperança se esvaia, abrindo espaço para um medo incontrolável. Em seus pensamentos o Tiefling repassava as lembranças da vida que vivera, dos amigos e de toda a jornada que o levara até ali. Esse era fim de sua história, uma melodia triste, indigna dos dias de festa.

Já sem forças e muito machucado, em meio a suas últimas orações, seus ouvidos encontraram a voz rouca de Salazar, que surgira em forma de Rezmir, e agora conversava com o Dragão.

Recuperados do susto o grupo retomou o caminho para o encontro sangrento com a oradora draconica.

Em seus aposentos Rezmir os aguardava ansiosa. Ela também a essa altura que o encontro era inevitável e que aqueles inimigos não deveriam ser subestimados.

Alguém batia a porta, e era indelicado deixa-lo aguardando.


O ódio a consumiu quando mais uma estocada da lança a atingiu. Seus sentidos superiores demarcavam facilmente a direção dos inimigos que eram alvejados por suas rajadas de ácido lacinantes.

Mas Tahrun era bem versado na cultura dos dragões. Havia estimado
perfeitamente a distância entre ele e Rezmir, fazendo com que a força da rajada mortal fora insuficiente.

O Paladino investiu contra o flanco da meio-dragão aturdido e, com toda a sua grande força, deu com seu poderoso machado nas escamas negras da oradora que encolheu-se de agonia.

Nesse mesmo instante a Dragonete investiu feroz contra o paladino abrindo uma brecha para Rezmir contra-atacar, ela virou-se para liberar uma terceira rajada no paladino exposto.

Mas uma outra flecha atingiu o alvo.

A visão de seus aposentos girou, seus olhos lacrimejantes realçavam os reflexos estrelados de luz e a consciência lhe fugia.

Dimble girou o corpo agilmente e lhe deu outra estocada no abdome. Sabia que em algum momento ela deveria ceder, mas esse momento parecia nunca chegar.

Com uma última explosão de força, ela surgiu traçando um arco com sua espada e derrubando de uma vez por todas o gnomo no chão.

“A causa de vocês é impossível. Meus amigos lhes devorarão, e suas míseras e lamentáveis tentativas de negar a majestade de Tiamat equivalem a nada”.

Outra flecha atingiu o alvo, e nem mesmo Tiamat foi capaz de interceder por sua oradora.





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