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[HISTORIA] Tiberius Dwonbaem Segundo, filho de Tiberius - O Clérigo de Moradin


No norte extremo de Faerun, onde o gelo toca as estepes congeladas, próxima a floresta fria, estão as montanhas de gelo. Ali, no frio amargo, se encontra a fortaleza perpétua de Adbar, o último grande resquício do Reino do Norte, e da glória da caída Delzoun.

Por séculos, Adbar tem permanecido como um monumento vivo do Reino do Norte. Uma horda orc esperando tomar a cidadela pode até investir contra suas muralhas, porém com pouco efeito, pois seus muros de granito enormes, inflexíveis, são como que uma bigorna para aqueles que os golpeiam.

A grande roda da cidadela obra dos ancestrais de Tiberius, nada mais é do que uma das mais impressionantes construções já datadas, mesmo para um anão, uma roda d'agua incessante que provê poder para manter as fundições de Adbar, bem como suas minas e outras operações de trabalho em todos os momentos. Próximo a ela está o Salão da Forja de Moradin, lugar onde nossa história tem inicio, um ambiente de adoração que lembra a cada anão sobre o poder de proteção e da força do grande Forjador de Almas.

Em berço de guerra nasceu Tiberius Segundo, filho de Tiberius. Prole de um mestre artífice extremamente habilidoso e conceituado membro do clã anão: Colina DistanteTiberius foi um pai de poucas palavras, que ensinou seu filho sobre honra a ferro quente e sem muitas delongas transformou o pequeno em um guerreiro.

Houveram noites felizes, de historias e boas bebedeiras; algumas poucas paixões; e sobretudo o sentimento de família. Esse último era especial para o jovem Tiberius, pedra preciosa, mais valioso que qualquer riqueza. Crescer em Adbar era sem dúvida fazer parte.

Os anos passavam velozes e os combates incessantes tiravam mais do que o pequeno anão conseguia aguentar. Primeiro tombara seu tio Gruntar Dwonbaem, sacerdote de Moradin, um anão carismático e de grande coração, modelo de tudo que um dia Tiberius sonhara ser.

Segundo caira sua mãe e irmã mais nova, vítimas de uma decisão pobre do novo rei Harnoth, que despejara sua fúria em incursões mal planejadas na guerra das mil flechas. Uma mágoa sem tamanho, ferida sem cicatriz.

Por fim, e não menos importante, o golpe final. Seu velho pai desaparecerá por completo, junto com vários membros da guarda de ferro, momentos antes da retirada do que sobrou das tropas góblinoides no campo do estandarte Negro.

Nesse mesmo conflito ferido na cabeça e emocionalmente esgotado Tiberius se arrastou pelo grande salão da forja, onde como bonecos quebrados seus companheiros jaziam em partes pelo chão. Ele olhou ao redor contemplando (pelo que acreditou ser a última vez) as estatuetas de seus ancestrais e com a cabeça latejando, emergiu em um sono angustiante.

Em seu pesadelo seus pés lhe conduziam pela cidadela em noite de tempestade, o vento frio soprava ruidosamente por entre salões vazios que cheiravam a enxofre. Sombras sem rosto o seguiam, e um grande desespero o acometia. Tiberius se viu contra a grande muralha, prestes a ser engolfado pela escuridão. Seu olhar mais uma vez viajou e por entre as montanhas ao longe deslumbrou-se com os primeiros raios prateados de sol, esses que banharam sua armadura e lhe imbuíram de coragem para revidar contra a maré de trevas que afundava seu amado lar. Conforme lutava, Tiberius se percebeu em outros lugares, terras distantes que seus olhos nunca enxergará e seus ouvidos nunca ouviram sobre. Combatendo em cidades, montanhas, planícies, e por fim sobre o desfiladeiro da própria morte, onde ao seu lado estava seu pai.


A centelha no coração de Tiberius não apagara nas noites escuras que vieram a seguir, dias após, curado, ele se ergueu novamente, mas não era o mesmo. Ele ouvia vozes desconhecidas, tinha sonhos perturbadores, sentia-se culpado e desolado por não ter salvado as pessoas que amava. Mas também sentia algo diferente, ele entendera ao chamado do Martelo, e vestira o manto acolhedor do grande forjador de almas. Tiberius em suas perdas, encontrará algo que até então nunca fora realmente seu, encontrará proposito.

Grande desagrado tomou o coração dos Colina Distante (clã), quando pelo grande portão Tiberius partiu. Alguns alegaram que ele estaria abandonando a casa em momento de maior necessidade, outros lhe insultavam e feriam sua honra com palavras afiadas, mas alguns poucos ainda lhe consideravam, bem como tinham imenso respeito por seu desaparecido pai, engolindo a decisão de partida.

O anão então vagou para o sul, fez aliados e brandiu a justiça de Moradin por onde passava. Certo de que deveria ser forjado a ferro e fogo, para que em um dia distante, pudesse honrar aqueles que um dia amou, e trazer verdadeira luz a escuridão que em dias vindouros ameaçaria não só a Cidadela, mas todos os reinos.

Com o passar do tempo, seus pesadelos assumiram uma forma especifica, algo que até então ele não compreendera. A cada cinco noites Tiberius tem uma sequência estranha de sonhos apocalípticos. Onde o mundo é consumido por uma fumaça fria e sufocante, tempestades de raios, chuvas ácidas e incêndios terríveis. Seus sonhos sempre terminam com dez olhos malignos que o vislumbram da escuridão, e um nome, Greenest.


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