S01E13 - Os Campos Verdes (PRÓLOGO)

Uma brisa fresca soprou os campos verdes e arrancou um suspiro satisfeito do Tiefling. Soveliss ferido mas ainda assim contente, ostentava um sorriso largo sempre que considerava sua boa sorte. Sua aventura lhe rendera uma mochila recheada de tesouros, boas historias, algumas cicatrizes e o que considerou mais importante, novos amigos.

Dimble mais introspectivo, inspirou profundamente algumas vezes enquanto avaliava maravilhado sua nova arma, a lança de Langdedrosa. Nunca em sua vida sonhara tocar um objeto de tamanha perfeição, o cabo de adamantina possuía um balanço inacreditável mesmo em suas pequenas mãos. A ponteira era uma obra-prima de outrora, poderosa e lindamente trabalhada. Não bastasse o pó de diamante espalhado no metal fino de sua lâmina, nela era possível observar delicadas runas com encantamentos que a transformavam em uma arma de poder especial, única.

O monge que nunca se importou com bens materiais não conseguia compreender a confusão de seus próprios sentimentos. O objeto denominado Ponta Trovão lhe atraía como se exercesse sobre ele uma força magnética, algo intenso e inexplicável. Com a nova arma cuidadosamente amarrada a suas costas o gnomo seguiu grato, agradecendo silenciosamente a benção que julgara receber de seus deuses.

Conforme aproximava com seus amigos das muralhas que cercavam a pequena cidade, Tahrun teve a oportunidade de vislumbrar o lugar rural com calma pela primeira vez.

Ninho Verde fazia jus ao nome. Grandes tapetes musgosos cobriam até mesmo o telhado de muitas das pequenas residencias que sobreviveram ao ataque do culto. Um ponto na região de colinas extremamente arborizado e belo. Um lugar de paz.

Seus olhos também viram crianças brincando, animais e fazendeiros transportando cargas indistintas, o vento soprando a fumaça branca que subia da chaminé de algumas residências, um halfling pescando pacificamente sobre as bordas do rio. Imagens que lhe traziam paz, e lhe lembravam do porque decidira fazer seus votos.

Por mais que aguardassem alguma recepção em sua chegada a Ninho Verde, a comitiva de jovens aventureiros fora surpreendida por quase uma centena de pessoas, que curiosas se amontoavam, batiam palmas e assoviavam vigorosamente, celebrando a chegada do tão falado grupo de guerreiros corajosos. Salazar que nunca fora tão bem recebido em lugar nenhum lutava para esconder a emoção com um sorriso cortes.

Não demorou muito até que a noticia do regresso chegasse aos ouvidos de Nighthill e Escoberto, que no outro canto da cidade vibravam com o sucesso do empreendimento e ansiavam para se encontrar com os heróis.

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