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S01E15 - Oitavo Torneio da Manopla de Elturel


Nas ruas apertadas de Elturel as pessoas com rosto pintado carregavam bandeirolas e se amontoavam entoando canções animadas a caminho do Campo de Torneio. Seus cânticos falavam sobre bravura e agradeciam a Torm e Chauntea pelas graças recebidas em um ano de colheita farta.

Dimble divertidamente se questionou quanto as probabilidades, essa a final, era a oportunidade perfeita para impressionar o paladino. Chegar exatamente um dia antes do torneio anual era de fato curioso. Seria os deuses que lhes colocaram ali no momento certo? Seria o caos regendo o universo?

A seu lado o gnomo observou Salazar confiante. O ladino era bom e sabia disso. Os anos nas ruas ensinaram a seu companheiro precisão e destreza invejáveis, em especial no que dizia respeito a improvisos e falsificações. Nomes lhe brotavam na cabeça como bolhas em uma chaleira fervente. Orgulhoso de suas habilidades, ele carregava cuidadosamente os documentos forjados. Com esses em mãos, ele e seu amigo draconato sem dúvidas conseguiriam provar sua "linhagem nobre", se inscrever no torneio e revelar definitivamente seu valor e bravura ao caricato Onthar Frume.

A arena era gigantesca, um lugar de festa, cerveja e alegria. Centenas, e centenas de pessoas das mais variadas raças se acomodavam desordenadamente sobre as enormes arquibancadas. No palco principal banhado por uma chuva de confetes os dedilhados ágeis de Soveliss agitou a multidão.

"Hoje é um dia memorável meu bom povo, pois diante de seus humildes olhares está meu nobre lorde: Sor Tahrun Barash. Paladino juramentado de Tyr. Mestre dos combates e espadas. Campeão dos campos verdes. Escolhido da Justiça. Terror dos Gigantes. Perdição dos Dragões".

Em meio a  salva de palmas que parecia não ter fim, pétalas de rosas rodopiavam gentilmente no ar cobrindo a grande arena, Tahrun absorvia cada momento com especial deslumbramento.



Os cavalos relincharam inquietos e se colocaram em disparada, seus cavaleiros apertaram com firmeza as justas, abaixaram as viseiras, e mergulharam naquele momento que parecia acontecer em câmera lenta.

As enormes lanças colidiam com violência contra as armaduras, os impactos estrondosos agitavam a multidão que aplaudia e gritava enlouquecida diante ao espetáculo. Um a um, os cavaleiros foram sendo eliminados ou qualificados, até que no final sobraram apenas os dois paladinos: Sor Tahrun Barash e Sor Onthar Frume. O combate de ambos foi feroz tendo como desfecho a soberania de Onthar, que mais velho e hábil guiava seu cavalo com maestria épica.

O bardo recomeçou: "Certa vez vi com meus próprios olhos este nobre lorde, cavaleiro do arco, Sir Razalas Arbalac, abater uma pequenina mosca com uma flecha certeira na cabeça. Seus velozes disparos são capazes de atravessar os rios mais largos, e seus feitos, ah seus feitos! Esses falam de proezas que nem mesmo eu atrevo a descrever. Estragar com palavras grosseiras algo tão maravilhoso seria digno da punição dos deuses. Por assim ser, sem delongas, vos apresento o arqueiro, Sir Razalas Arbalac!".


Mais uma vez a competição não foi fácil, recordes foram quebrados, e mesmo com toda sua pericia Salazar não conseguiu vencer a jovem elfa Lady Mialee Liadom. Os heróis com grande esforço foram qualificados em segundo lugar por categoria, o suficiente para atingir o objetivo principal, chamar a atenção do paladino que mais tarde os chamou para uma conversa particular.

"Meus amigos, temos um assunto importante para discutir. Neste ponto, vocês sabem quase tanto sobre ele quanto nós, e graças a vocês, nós sabemos hoje o dobro do que sabíamos uma dezena atrás. Algo podre está acontecendo. Nós não temos nenhuma organização formal para se opor a estes patifes - não ainda, pelo menos. Estamos trabalhando nisso. E precisamos de pessoas como vocês, que sabem como e quando lutar, e como e quando manter a cabeça baixa e observar. Não podemos prometer-lhes qualquer coisa, exceto longos dias cheios de perigo e estresse, mas o que poderia ser melhor do que isso, hein?".


"Graças a vocês, sabemos que o culto está acumulando tesouros e enviando para o norte. Onde exatamente este tesouro está indo e o que o culto planeja fazer com ele são as próximas perguntas que precisam de resposta. Para tanto precisamos que vocês se unam novamente aos inimigos, se unindo a caravana do culto e os acompanhando ao longo da viagem".
Abastecido novamente pela coragem dos tolos, com novos juramentos os heróis agora harpistas e guerreiros da manopla marcham em direção a uma nova viagem repleta de perigos. 

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