Pular para o conteúdo principal

S01E21 - A Canção Esquecida de Pedra Branca


O fogo das tapeçarias se alastrou com violência, incendiando também as cortinas que protegiam as memorias reprimidas de Soveliss. Dias escuros afogados em um passado repleto de sofrimento e solidão.

A cabeça do Tiefling girou embaralhando as lembranças e confundindo os sentidos; imagens turvas começaram a emergir, como se pintadas em um quadro branco, branco não, negro. Um quadro negro.

A primeira lembrança era de exaustão, respiração ofegante que lutava contra uma nuvem asfixiante de fumaça. Conforme os olhos que ardiam fechavam e se abriam, novas pinceladas evocavam novas dores.

Uma lágrima salgada percorrera ligeiramente sua face e mergulhara silenciosamente no chão de pedras brancas, caindo próxima ao corpo de um draconato já sem vida.

Sombras ao seu lado sibilavam e sussurravam palavras incompreensíveis, zumbidos que aumentavam ainda mais sua confusão. Suas mãos tremulas largaram subitamente a pesada barra de ferro, liberando assim a corrente que até então mantinha o portão de Pedra Branca fechado, a protegendo contra os invasores sedentos de sangue.


O coração acelerado batia como um tambor feroz, digladiando contra sua consciência, mas não havia som, nem havia música, apenas um estampido surdo. Uma dor sem som, incomunicável.

Dezenas de tochas se acenderam em resposta na escuridão, avançando em marcha, acompanhadas pelo temível rugido de grandes bestas aladas famintas por ruína. Imponentes Dragões Cromáticos que mancharam de vermelho o belo castelo do extinto clã Barash.

Naquela noite de tormenta Soveliss assistiu os honrados Draconatos de Pedra Branca lutarem bravamente até o fim, e teve a certeza de que em seu peito algo se quebrou terrível e irreparavelmente.




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

S01E29 - O Majestoso Castelo Ponta Celeste (Skyreach)

Palavras me faltam para descrever a grandiosidade e beleza do Castelo Ponta Celeste. Imaginem grandes torres de um gelo tão espesso que chega a ser opaco, um lugar branco, esculpido graças a uma magia poderosa de outrora. Uma magia conjurada por poderosos gigantes das nuvens durante o tempo das grandes guerras, onde dragões e gigantes de digladiaram por centenas de anos competindo pelo domínio de toda grande Faerun . A ponte levadiça da fortaleza atravessa um fosso cheio de névoa. Onde além dele há um portão aberto, e além do portão uma porta de entrada coberta que leva até um enorme pátio. Sobre esse pátio encerrado por paredes de gelo sólido, grandes figuras pairam por entre as nuvens. O gelo do Castelo é tão forte e impenetrável como o granito. Suas torres e muralhas rodeiam um núcleo de gelo escavado para servir como o covil de um poderoso dragão branco aliado ao culto,  Glazhael, o Caçador das Nuvens . Dimble  maravilhado olhava pela pequena janela esculpida no gelo

[INTRODUÇÃO] Ninho Verde (Greennest) e a Costa da Espada

A cidade de Ninho Verde foi fundada pela halfling Dharva Scatterheart , uma ladra que se imaginou a rainha dos Campos Verdes. Scatterheart morreu sem nunca alcançar esse nível de eminência, mas sua cidade cresceu em uma comunidade próspera. O seu sucesso não é surpreendente, uma vez que  Ninho Verde  é a única cidade, qualquer tamanho que seja, a uma cavalgada da Trilha em Uldo, a estrada mais direta entre as cidades orientais da Costa do Dragão , Cormyr e Sembia com o caminho da costa correndo ao sul para as grandes cidades de Amn , Tethyr , e longe Calimshan . As caravanas comerciais que passam por Campo Verde trazem ouro para os comerciantes e artesãos da cidade, e o Governador Nighthill administra a cidade a pedido dos habitantes. Mestre Davi: "Vocês vivem nos Reinos Esquecidos na costa ocidental de Faerûn - a Costa da Espada . Uma faixa fina de civilização se estende por esta costa, onde cidades amplamente espaçadas são dispostas como contas em uma corda.

S01E26 - Castelo Naerytar

Conforme se aproximava do velho castelo no pântano, Dimble que lutava contra o lamaçal, também analisava curiosamente os pequenos e engenhosos casebres feitos de juncos; todos atados por feixes compridos e espessos. A engenharia de construção dos primitivos homem lagartos lhe impressionava. Mas isso não era a única coisa que chamava sua atenção, uma especie de sombra escura se projetava diante do castelo; um pressentimento negativo de que eles se encontravam cada vez mais próximos de Rezmir . Seria aquele disfarce o suficiente? Até quando a sorte lhes acompanharia? Soveliss se perguntava angustiado conforme caminhava ao lado de seus amigos. Ele sem dúvida era dono de muitas histórias, se tornara o herói dos seus sonhos, mas de nada isso valeria, se não pudesse contar ele mesmo essas aventuras épicas. Um medo estranho crescia em seu coração. O olhar e desprezo dos bullywugs para com os homem lagartos, irritava Tahrun mais do que ele conseguia compreender. Talvez em seu amago,